INCÓGNITA
O poeta
fala sobre tudo
e o tempo todo
expõe o seu eu
desnudo.
Não são miragens,
nem imagens futuristas
caminhando pela cidade,
são tropeços na realidade.
Fala do amor,
incógnita da vida,
e numa flor
encontra a beleza
do universo.
Seus versos são suspiros,
prenúncio do desespero
na antevéspera do delírio.
(L'Ange du Foyer ou Le Triomphe du surréalisme, 1937 - Marc Ernst)