Restou-me
o último gesto
no desespero
do meu íntimo
manifesto,
quando
desejei voar
e encontrar
a liberdade do voo.
Voo de Ícaro,
não senti calor,
congelei-me
na imensidão.
O ar que tragava
petrificou os pulmões,
músculos e congelou
os meus sonhos.
No fundo do quintal
brilhava o sol londrino
quando em queda livre
acertei o chão.
Na precisão
das batidas
do Big Ben, tingi
de vermelho rutilante
o verde da grama
dos jardins de Londres.
O sonho
do novo mundo
derreteu naquela
humana explosão.
Liberdade,
frio, grama,
chão e sangue
nessa eterna
solidão.