METACORDIS
Da varanda eu vejo
as leves nuvens
a desenhar figuras
que num instante
se desfiguram.
A imaginação
vai fazendo traços
no azulado céu,
desenhando sonhos
na imensidão.
Vejo as ovelhas,
o belo coelho
e as pernas longas
de um antílope veloz.
No horizonte
a boca imensa
do rinoceronte.
O infinito véu
do aluado coração
sofre contínua
transmutação.
Transfiguram-se
os pensamentos
na loucura do tempo.
Voa a rápida nuvem,
passa a efêmera vida,
onde tudo é tormento
e revolução.