DOIS SÓIS NO SERTÃO
À medida que o sertão
ia se embrenhando
no escuridão da noite,
lá no horizonte distante
(mas que parecia
bem pertinho)
apareceu o sol noturno,
depois que o arrebol
se escondeu.
Temos dois sóis
no sertão.
Um diurno
e outro noturno
em noites
de luaus.
Um que de dia
tudo esturrica
e clareia,
que seca os açudes
e os atoleiros
das chuvaradas,
que obriga o sertanejo
ao uso do chapéu,
que encrua a pele
e ensina esperançar.
Outro à noite
disfarçado de lua cheia,
clareando noite adentro
e mantendo a esperança
na viola do cancioneiro.
Ah! Disso nunca
esquecerei.
(Barrocas-BA)
Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 10/12/2024
Alterado em 01/08/2025
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