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NA VARANDA

A tarde passou por mim
quando crepusculei
na varanda.

Tornei-me frescor das
relvas, bicho de chão,
feito formigas, lesmas
e poças - húmus,
nascedouros de minhocas
e moscas.

Desumanizei-me
ao cair da tarde.
No açoite da subversão,
acordo com o sorriso
estrelar da boca da noite.

Essa brisa é somente
um jeito de encanto
antes do silêncio mineral,
quando estarei plenamente
integrado  à natureza.

Na varanda jaz o Homo sapiens.

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 22/11/2021


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