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ILUSÃO FLUTUANTE
No Bardaria
não há mais padeiro,
não há mais pão.

(Seria escassez de trigo
ou uma faminta  insensatez?)

Na esquina, às quintas,
alimenta-me outra visão:
atemporal, transgaláctica,
de planícies lunares,
desertos marcianos
e erupções solares.
Pelas ruas e avenidas    
desfila em saltos
          [flutuantes]
a força motriz feminina.

(Geratriz cibernética
ou ninfa terráquea?)

Encena naquela paisagem,
visão futurista,
desejos que abraçam
todos os sexos,
inclusive os dos anjos.
É real ou delírio
em espírito holográfico
de outra dimensão?

(Delírio de fome,
já que não existe mais pão)

És o avatar
de um puro desejo
do amor que vagueia
nas esquinas?
Será minha sina
tua rítmica ilusão?
Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 08/02/2021


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