OLHO D'ÁGUA
Na minha rua tem olho d'água
Nascente viva, visão tão crua
Que se insinua num desagueiro
O olho d’água que deságua
As minhas manhas
As minhas mágoas
Te aguarda o ano inteiro
Na limpa fonte
Atrás do muro
Atrás do monte
Onde nasce puro
O rio Trobogy
Na minha rua, todinha nua,
O olho d’água olha só pra ti
O olho d’água logo cedo
Tal espiã,
Te espera todos os dias
Nas belas manhãs
O olho d’água, visão tão seca,
Na caixa d’água
Que te olhas com olhar maneiro
Quando passas, todas as manhãs!
Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 27/10/2018
Alterado em 29/10/2018