REVELAÇÕES
A orquídea florava mais uma vez
Enxertada no tronco do nim
E o jardineiro não jardinava
Usava Mata Mato para exterminar
As ervas daninhas do jardim
A borboleta flutuava pelo néctar
Nas flores dos jardins
O condômino apossava-se da rua
E nas manhãs aguava as frutíferas
Sorrindo para mim
A flor da orquídea era rosa matizada
De vermelho carmim
E o homem socava a esposa
Atrás da cortina de cetim
A orquídea de ano em ano
- Sorri uma bela flor -
E o tempo depurava o ódio
Do puro amor
Em cada quarto um louco sentimento
E nas esquinas as câmeras
Em busca de outros movimentos
Sorriam para mim
E a orquídea abria-se em flor
Discretamente no meu jardim
Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 20/10/2018
Alterado em 21/10/2018