IMPULSÃO
Amarelei,
De repente amarelei.
Lápis preso entre os dedos,
Mas me faltou coragem
De soltar as palavras
Contra minha gente.
Dentro de mim o ódio
Crescia me fazendo alucinar,
Fazia-me delirar como o ópio.
O verbo gritava no meu peito
E com suas garras afiadas
Arranhava-me por dentro
Fazendo-me suspeito
E cúmplice de um neurótico
E infeliz destemor.
Então,
Dentro de mim,
Amanso tantos sentimentos
Ferozes e intensos...
Depois,
Espumando,
Controlando minha força
Solto um grito destemido
Escrito com palavras de perdão.
Amarelei,
Porque o meu amor
Ainda não encontrou
A mesma força
Que tem o ódio e o rancor!
Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 20/08/2017
Alterado em 09/10/2018