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O SAMBA PARTIU
O samba esnobou de mim,
Não gostou do meu jeito,
Da maneira que vivo, assim.
Do jeito que vejo
A tristeza dessa  gente.
Que vontade que tenho de ter
O samba no meu tamborim.

Mesmo assim vou levando a vida
Gostando do samba que vejo nessa gente.
Não tenho o samba no corpo,
O samba não gostou de mim.

Vou ficar na mesa do bar
Vendo a mulata sambar,
Passando por mim com seu requebrado
Deixando seu cheiro de jasmim.

Não tenho o samba no corpo
Mas tenho o samba na alma,
O samba que roubaram de mim.

Antes tudo era samba,
Na rua, na cama e na minha casa.
Um certo dia o samba sumiu,
Partiu da minha vida
Por uma porta entreaberta
E me deixou um vazio.

O samba não gostou de mim
Ele partiu e sumiu.
Hoje eu vejo a alegria dessa gente
E sentado na mesa do bar,
No fundo do quintal,
Vejo o samba a passar por mim.

O samba esnobou de mim,
O samba não gostou de mim
E me deixou, assim meio triste,
Sentado na mesa do bar
A olhar o samba passar
Esperando que um dia
Ela volte para mim
E o meu coração volte a sambar.

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 14/06/2016
Alterado em 12/07/2016


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