O LIVRO: DESMELODIA POÉTICA
Inspirado por grandes nomes da literatura, como Manoel de Barros, Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade, Rosalvo Abreu esbanja sensibilidade, desenvoltura, lirismo e poeticidade nesta, que é sua primeira obra.
Composto de poesias, crônicas e pensamentos, e utilizando-se de temas cotidianos, aos quais dispensamos pouca atenção, este livro caracteriza-se pela liberdade com que fluem seus escritos, tornando a leitura leve e ensejando ao leitor um deleite reflexivo.
Sobre As (des)melodias do poeta...
Odilza Lines de Almeida
Inspirado por grandes nomes da literatura, como Manoel de Barros, Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade, Rosalvo Abreu esbanja sensibilidade, desenvoltura, lirismo e poeticidade nesta, que é sua primeira obra.
Composto de poesias, crônicas e pensamentos, e utilizando-se de temas cotidianos, aos quais dispensamos pouca atenção, este livro caracteriza-se pela liberdade com que fluem seus escritos, tornando a leitura leve e ensejando ao leitor um deleite reflexivo.
Sobre As (des)melodias do poeta...
O convite para prefaciar esta obra me trouxe especial deleite. A sensibilidade do autor já me é de muito conhecida, bem como esse olhar que perscruta as almas e o cotidiano. Os seus versos, permeados de significantes que deslizam dos seus signos sem paradeiro, de forma ora melódica, ora ruidosa, despencam em cadeias de significados que nos remetem ao desapego do poeta diante de sua produção, como diz ele em Poematizar:
(...) Assim é o poema...
Será sempre escorregadio.
Não tente prendê-lo.
Pois o que agora é quente
No mesmo instante pode ser frio.
No mesmo instante pode ser frio.
Nesse desapego, o poeta nos entrega seus tesouros mais bem guardados e vai transformando e ressignificando as maçadas da vida moderna em poemas, como em Instante, em que nos instiga a reflexão sobre os desencontros e incertezas que, ao mesmo tempo em que nos afligem, permitem-nos outros olhares, outras descobertas. E assim continua o poeta na sua obra... surpreendendo... E qual não foi minha surpresa ao ver transformada em poema uma escultura que lhe apresentei nos entrelaçamentos do mundo virtual. Incompletude é o resultado da sensibilidade, do olhar que indaga e da coragem de expor o que vai n’alma... Afinal, tudo acaba em poesia na vida desse singular poeta. Um entrevero matinal, um engarrafamento, o mar no meio do caminho, um pensamento nostálgico... até mesmo o silêncio! E tudo isso se transforma em poemas multifacetados.
Os leitores irão esbarar aqui e ali com poemas criativos, ou anárquicos, ou complexos, ou transparentes, ou obscuros, ou simples... mas sempre belos e instigantes. E essa forma de se inscrever no papel é reveladora de sua alma, que de pronto reconheci como uma alma irmã, e a qual aprendi a admirar nos momentos de descobertas, de alegrias, de dores, de inquietudes, de construções e desconstruções, de encontros e desencontros... A saída pela poesia, poeta, é uma arte!
Os leitores irão esbarar aqui e ali com poemas criativos, ou anárquicos, ou complexos, ou transparentes, ou obscuros, ou simples... mas sempre belos e instigantes. E essa forma de se inscrever no papel é reveladora de sua alma, que de pronto reconheci como uma alma irmã, e a qual aprendi a admirar nos momentos de descobertas, de alegrias, de dores, de inquietudes, de construções e desconstruções, de encontros e desencontros... A saída pela poesia, poeta, é uma arte!
Odilza Lines de Almeida
Imagem do cabeçalho: guldfisken/flickr